Tiago cap.5 ver 12-Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.
Existe uma contradição entre as leis e os sentimentos naturais: é exigir que um acusado jure dizer a verdade, quando seu maior interesse é escondê-la. Como se o homem pudesse jurar boa fé que concorrerá para a sua propria destruição! Como se, na maioria dos casos, a voz do interesse não sufocasse no coração humano da religião!
A historia de todos os séculos demostra que esse dom sagrado do céu é o de que mais se abusa. E como poderão respeitá-la os criminosos, se ela é diariamente violada pelos homens tidos como mais sábios e virtuosos?
As razões que a religião opõe ao temor das torturas e ao amor à existencia são em geral débeis demais, pois não sensibilizam os sentidos. As coisas que dizem respeito ao céu estão submetidas a leis completamente diversas da terra. Por que comprometer tais leis umas às outras? Por que por homens na terrivel alternativa de ofender a Deus, ou decretar a propria perdição? É não deixar ao réu sensão alternativa entre ser mau cristão ou mártir da sua jura. Destrói-se, assim, toda a força dos sentimentos religiosos, único sustentáculo da honestidade no coração da maioria dos homens; e pouco a pouco os juramentos não ficam sendo mais do que uma simples formalidade sem consequencias.
Recorra-se à experiencia e comprovar-se-á que os juramentos são inúteis, pois não existe juiz que não convenha que nunca o juramento faz com que o acusado diga a verdade. A razão indica que assim deve ser, pois todas as leis opostas aos sentomentos naturais do homem são inúteis e por conseguinte nefastas.
Essas leis podem ser comparadas a um dique que se erguesse diretamente em meio às águas de um rio para bloquear-lhe o curso; ou dique é de imediato posto abixo pela torrente que o leva, ou sob ele se forma um abismo que o mina e destói insensívelmente.
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